Editorial

​Ayrton Senna, do Brasil

Há três décadas o Brasil vivia um dos dias mais tristes de sua história com a morte de um dos grandes ídolos da nossa nação. Ayrton Senna da Silva deixava esse mundo jovem demais, para a dor de milhões de fãs mundo afora. Não dá nem para dizer que entrava na eternidade, pois seus feitos esportivos já eram eternos ainda em vida. Mas, passado tanto tempo, é impressionante ver um País que muitas vezes esquece de ter memória, não ter falhado com ele.

Senna, enquanto marca, também é impressionante. Em referência a data de sua morte, séries, documentários e reportagens especiais vão sendo lançadas ao monte ao longo dessa semana. No entanto, ao longo de qualquer período seu nome é um dos mais fortes comercialmente no Brasil, considerando pessoas ligadas ao esporte. Desde sua partida, já movimentou mais de dois bilhões de dólares em licenciamentos. Muito por conta de sua imagem: uma pesquisa encomendada pela Senna Brands, marca da família do atleta, em parceria com a Opinion Global, mostra que Ayrton ainda é referência no esporte para 98% dos entrevistados brasileiros. Os números também são fortíssimos em outros países, como Argentina, México, Estados Unidos e Japão. É conhecido por 92% dos seus compatriotas, 65% dos europeus e 72% dos japoneses, números que podem ser comparados a nomes fortíssimos da Fórmula 1 atual, como Lewis Hamilton e Max Verstappen.

O Brasil perdeu recentemente nomes históricos do seu principal esporte, como Pelé e Zagallo, e ainda assim nenhuma memória é tão forte quanto a de Ayrton Senna, mesmo tanto tempo depois. Mesmo que algumas figuras minúsculas ainda teimem em desrespeitar sua memória, e discussões anacrônicas às vezes levem seu nome para o debate político atual, o que vale é o que foi feito em vida. O marketing em torno de sua marca é forte, mas isso só é possível pelo legado de Ayrton, não do carimbo Senna.

Senna foi um homem íntegro. Um esportista exemplar em todas as situações. Um cidadão brasileiro que valoriza a pátria onde nasceu e uma figura pública que soube entender seu papel de "influenciador", mesmo muito antes da palavra estar na moda. Depois de tanto tempo, seu nome é tão forte pelo que ele foi e pela saudade de não termos tido ninguém que chegasse perto disso na esfera pública. Que as produções lançadas sirvam para inspirar fãs, figuras públicas, atletas e cidadãos.


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